O Calipo Azulado foi às Brotas no passado sábado, dia 4 de Novembro, a convite do São Pedrense da Gafanhoeira, que nesse dia defrontava o Brotense, fora de casa.
O fervoroso apoio das gentes das Brotas à equipa da casa é lendário. Homens e mulheres, desde há bem mais de 50 anos, deslocam-se ao campo nos dias do desafio para animar os seus e pressionar os forasteiros.
Infelizmente, a despovoação do interior de Portugal e algum alheamento da juventude em relação ao desporto não permitiram ao Calipo Azulado ver tantas caras novas na claque como talvez outrora. Mas o ambiente, fervoroso e dramático, era o de antanho! Parabéns às Brotas!
O jogo foi muito disputado a meio-campo, sem pronunciado domínio de uma ou outra equipa. Muita luta ao centro, inúmeras bolas divididas, cortes, alívios e esboços de ataque gorados. Poucas oportunidades de golo. Sobretudo na primeira parte.
O Brotense foi, contudo, mais feliz. Num rápido lance de envolvimento que quebrou a solidez defensiva do São Pedrense, André Pinto acabou por receber, isolado no coração da área, um cruzamento rasteiro provindo da meia-direita. Fácil.
Encostou, lesto e eficaz, e bateu um desamparado guarda-redes.
Encostou, lesto e eficaz, e bateu um desamparado guarda-redes.
O placar ao intervalo assinalava 1 para o Brotense - 0 para o São Pedrense.
Tempo para um refresco no simpático bar local, de paredes decoradas com fotografias da equipa do Brotense de outros tempos. Muita conversa, animação e petiscos a condizer. Não faltavam as "minis", o tintol e os cafés a preços razoáveis.
Tempo para um refresco no simpático bar local, de paredes decoradas com fotografias da equipa do Brotense de outros tempos. Muita conversa, animação e petiscos a condizer. Não faltavam as "minis", o tintol e os cafés a preços razoáveis.
A segunda parte foi ainda mais intensa. O São Pedrense regressou ao campo com ganas e conseguiu empatar o jogo de grande penalidade, que pareceu justa aos olhos do Calipo Azulado. Semedo converteu o castigo máximo, para gáudio dos da Gafanhoeira, que nas Brotas compareceram para animar a equipa visitante.
Mas o Brotense poria fim às veleidades do adversário pouco minutos volvidos. Um canto da direita faz a bola sobrevoar a área do São Pedrense e, por fim, encontrar a cabeça de Rui Domingos, que não se faz rogado e mata o jogo.
Uma palavra para o excessivo rigor da equipa de arbitragem que, apesar de não ter influenciado o resultado, expulsou 3 jogadores desnecessariamente a pretexto de pequenas picardias que mais não mereciam que uma firme repreensão.
Três pontos para o Brotense, que, num jogo muito disputado, acabou por beneficiar da eficácia dos seus atacantes.
O Calipo Azulado trouxe uma camisola do São Pedrense, alguns cachecóis e a certeza de que no Inatel se vive o desporto com outra verdade.
As Brotas é uma bonita e simpática aldeia alentejana, situada no concelho de Mora, distrito de Évora. Umas poucas de casas, caiadas de branco a preceito, que descem a colina e envolvem o largo da Igreja. Tudo muito simples e muito belo, como tudo no Alentejo.
Fotografia retirada de http://olhares.sapo.pt/vila-de-brotas-foto190622.html# |
O templo foi erigido em homenagem a Nossa Senhora das Brotas, padroeira dos animais doentes. Um pobre pastor que há 5 séculos por ali cirandava com a sua manada viu cair uma das suas rezes por um barranco. Quando acudiu já foi tarde. O bicho morrera da queda ou do choque. Preparando-se para o esfolar, apareceu-lhe Nossa Senhora, que lhe ordenou construísse morada para uma imagem santa, que Ela própria esculpiu do osso da vaca. A fé do pastor e a intercessão da Santa reanimaram o animal, que lépido e sadio se recompôs.
Fotografia retirada de http://poresteraiacima.blogspot.co.uk/2011/03/brotas-no-mapa-turistico-do-alentejo.html |
A promessa do pastor cumpriu-se e a Igreja foi edificada. Nos anos e décadas seguintes a devoção dos peregrinos que afluíam em romaria era tal que o culto far-se-ia no adro da Igreja, com uma varanda para o exterior em jeito de altar.
Por obra divina e resolução dos descobridores portugueses que zarparam para além mar, outras Brotas se formaram, na Índia e no Brasil, em homenagem à Santa protectora dos animais.
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